sábado, 19 de março de 2011

COBOGÓS

Batizada com o nome de cobogó, resultado da soma das iniciais do sobrenome dos inventores (Coimbra, Boeckmann e Góis), a peça começou a ser produzida com cimento.

Arquitetos fazem releituras contemporâneas dos cobogós.
Por Deborah Apsan, Juliana Sidsamer e Lucila Vigneron Villaça
Fotos: Eduardo Pozella (cobogós) e Victor Affaro

As tramas vazadas de madeira, chamadas de muxarabiês pela arquitetura moura, levaram três engenheiros brasileiros a criar uma peça com a função semelhante de dar privacidade ao interior das casas, sem comprometer a luminosidade nem a visão do mundo exterior.

A trama da palhinha sempre atraiu o arquiteto Cícero Ferraz da Cruz, da Brasil Arquitetura, que decidiu transpô-la para o cobogó, unindo dois elementos bem brasileiros. Fabricadas pela Neo-Rex, as peças de cimentformam um painel na Marcenaria Baraúna, em São Paulo.

Com a arquitetura inspirada nos anos 50, a Lanchonete da Cidade, em São Paulo, exibe um amplo painel de cobogós na fachada.

Com a arquitetura inspirada nos anos 50, a Lanchonete da Cidade, em São Paulo, exibe um amplo painel de cobogós na fachada.

A classe do preto está presente na copa da loja Dbox, na capital paulista. O arquiteto Felipe Protti instalou ali uma divisória de cobogós pretos, feitos sob encomenda pela Cerâmica Madri.

A versatilidade na aplicação também ajuda a difundir o cobogó, uma vez que ele pode vedar uma fachada inteira ou um pequeno vão na parede, e sua instalação é relativamente simples. Mas requer cuidados: “Como o elemento vazado é mais frágil que o tijolo, deve ser assentada uma fiada de cada vez, com intervalo para secagem. É aconselhável colocar uma barra de metal a cada duas fileiras para estruturar o painel”, ensina Fernando Teixeira da Silva, da São Francisco Pré-Moldados, de São Paulo. A argamassa para assentamento é comum, e recomenda-se uma junta de cerca de 3 cm entre as peças para melhor sustentação.